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Gris (2018) - profundo e sutil

Atualizado: 18 de ago. de 2021

Gris (de tradução “cinza” em diversas línguas) é uma obra desenvolvida pela Nomada Studio, lançada no final de 2018 e extremamente pertinente em qualquer ano e para quaisquer idades, por ser um jogo de temática atemporal. Do gênero plataforma, trata-se de uma jornada sem mensagens de linguagem verbal, mas repleta de não-verbais. Um mundo que personifica a própria mente da protagonista, que deve enfrentar seus demônios e se recuperar de sua queda física e mental, buscando vencer o luto (ou a depressão, a depender de sua interpretação) através da recuperação da sua voz e das cores em seu mundo.

(Gris/Nomada Studio) Gris foi um dos indicados ao The Game Awards 2019 na categoria de direção de arte e não foi à toa, sendo o visual o grande responsável por contar a história, possibilitando, assim, uma narrativa bastante artística e sutil. As cores são selecionadas a dedo para representar as etapas do jogo e, simultaneamente, a situação emocional da protagonista, fazendo o conjunto se assemelhar a uma grande e simbólica pintura. A trilha sonora é majestosamente executada pelo grupo Berlinist (recomendo conhece-la enquanto joga, porém, caso queira ter uma impressão anterior, escute “Tobu”, de 26 segundos, no final da postagem). O level design não é linear, mas é capaz de guiar o jogador com facilidade, pois, ainda que a progressão dos níveis não seja sempre no mesmo sentido, o enquadramento da câmera consegue apontar as direções, o que ainda complementa para a minuciosa beleza de cada frame.


O fato do jogo, em praticamente nenhuma ocasião, delinear objetivamente os motivos da personagem se encontrar em um momento negativo traz uma abertura de possibilidades que o jogador deverá preencher com sua criatividade. Mais do que isso, essa característica do jogo de ter uma certa subjetividade em seu enredo possibilita uma identificação mais fácil para diversos jogadores, que, desse modo, conseguirão se ver na pele de Gris, tal qual veem sua realidade em uma letra de música, em um seriado ou poema.


Entretanto, não é um jogo que agradará a todos. Ele cumpre muito bem o que se propõe, mas é justamente a proposta que não irá cativar qualquer jogador. Aqueles que buscam uma experiência frenética e cheia de ação não a encontrarão, já que Gris toma seu tempo para se desenvolver, possuindo calmaria e jogabilidade simples. Em contraponto, esses são fatores que podem aproximar certas pessoas, até mesmo as que não são jogadoras, uma vez que é curto (3 a 4 horas de duração), não requisita grandes habilidades prévias com videogames nem envolve qualquer tipo de competitividade.


Em suma, Gris é uma obra que torna incontestável a posição de videogames enquanto arte, sendo recomendada a aqueles que apreciam a expressão humana em toda sua subjetividade e beleza.


*Jogável no Windows, MacOS, Linux, Andoid, iOS, Nintendo Switch e Playstation 4.


https://open.spotify.com/track/3tZuKL9IypRrdJ2jXAMsUb?si=NKRAFTv3Q0u9NMxbG965Vw


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